segunda-feira, dezembro 22

sábado, dezembro 6



“Divirtam-se!” – Fecho a porta, apago as luzes acesas e o silêncio invade cada uma das divisões. Em tempos estes seriam momentos de grande liberdade: o facto de poder estar aqui sozinha e fazer o que me dá na real gana… Hoje não o sinto da mesma forma. Sim, é verdade que me sinto aliviada por poder estar sozinha por algumas horas, no entanto, o espaço para mim já não é o mesmo e o silêncio que me rodeia acaba por me inquietar. Sou forçada a ligar a música para me fazer companhia.
Esta noite estou por minha conta, a conjuntura social assim o proporcionou. “Também é necessário!” – diria alguém que conheço e que muito prezo
O silêncio persegue-me… tento perceber o que se passou, o que contribuiu para o crescimento deste fosso, deste vácuo que nos rodeia, desta ausência de palavras e de carinhos. Sinto que houve um elo que se quebrou… um ponto comum a todos nós que se perdeu… para sempre? Não, isso é que não! Ainda não sei qual é o caminho a percorrer, mas há pistas a seguir e os sentimentos não se apagam de um dia para o outro – disso tenho a certeza!
Resta acreditar…

terça-feira, dezembro 2

Sexto Andar

Uma canção passou no rádio
E quando o seu sentido
Se parecia apagar
Nos ponteiros do relógio
Encontrou num sexto andar
Alguém que julgou
Que era para si
Em particular
Que a canção estava a falar

E quando a canção morreu
Na frágil onda do ar
Ninguém soube que ela deu
O que ninguém estava lá para dar

Um sopro um calafrio
Raio de sol num refrão
Um nexo enchendo o vazio
Tudo isso veio
Numa simples canção

Uma canção passou no rádio
Habitou um sexto andar


Clã