quinta-feira, dezembro 6

pág. 161

Não passa um carro, nem um bafo, nem um bicho, só o mar está perto. Só o mar, mas mesmo esse com pouca espuma, pouco ruído, pouca onda. Um chichichi ténue que sobe, se encrespa, e logo morre, cadenciado, mudo, presto e sem energia. Esse silêncio absurdo da manhã de domingo leva as pessoas a subirem ao terraço, e a interpretarem-no como sucedâneo do luto. É natural que tenha sido um funeral intenso, a tristeza de se ter perdido esse homem de quem se fala, mas que quase ninguém viu.
(A Costa dos Murmúrios, de Lídia Jorge)



... e 15 dias depois (do convite) aqui está o meu contributo para a corrente da página 161 e passo a palavra para a Mary e para o Hélio.

1 comentário:

Hélio disse...

Dava pra ser uma coisa mais fácil?

Beijos